terça-feira, 6 de agosto de 2013

Agosto é o mês de Obaluayê, o Senhor da Terra!

Uma história muito conhecida conta que:
"Xangô um dia convidou os orixás para uma festa. Havia muita fartura e todos
estavam muito felizes. No meio da festa, eles se dão conta da ausência de Obaluaiê...
Ele não havia sido convidado. Temendo sua cóIera, os orixás decidem ir ao seu palácio, todos juntos, levando o que comer e beber. Era necessário pedir desculpas... fazê-lo esquecer a indelicadeza... Obaluaiê aceita a homenagem, mas faz chamar a todos os habitantes de sua cidade para participar com ele do banquete..."

cerimônia pública chamada Olubajé,
palavra Iorubá que significa Olú: aquele que; Gba: aceita; Je: comer.
Ou, Olú: aquele que; Báje: come com, segundo Cacciatore (1997 : 202).
Esse ritual é dedicado a Obaluaiê (rei da terra), Omolu (filho do senhor), Onilé (senhor da terra),
e a Sapatá e Xapanã (deus da varíola). O último nome, impronunciável ern público, e,
como os outros, um título do mesrno orixá: rei do mundo, senhor da terra e de todos os caminhos.
O Olubajé é realizado nas Casas de Candomblé do Rio de Janeiro, de Salvador, na Bahia,
na cidade de São Paulo, nos "Terreiros" chamados Nagô ou Jejê-nagô, dentre outras cidades do nosso querido Brasil.

texto adaptado do site <A href="http://members.tripod.com/~DilFonseca/olubaje.htm" rel="nofollow noindex external">http://members.tripod.com/~DilFonseca/olubaje.htm</A>

Quem é Obaluaê ?!?

OBALUAIÊ ( "rei", "senhor da terra")


Deus originário do Daomé. Obaluaiê é uma flexão dos termos Obá (rei) - Oluwô (senhor) - Ayiê (terra), "rei, senhor da terra". Omulu também é uma flexão dos termos: Omo (filho) - Oluwô (senhor) que quer dizer "filho e senhor". Obaluaiê, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Omulu, o mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência, significam a mesma coisa, têm a mesma ligação e são considerados a mesma força da natureza.

Obaluaiê é o sol, a quentura e o calor do astro rei, é o senhor das pestes, das doenças contagiosas ou não. É o rei da terra, do interior da terra, e é o orixá que cobre o rosto com o Filá (de palha da Costa), porque para os humanos é proibido ver o seu rosto devido à deformação feita pela doença, e pelo respeito que devemos a esse poderosíssimo orixá. Está no funcionamento do organismo, na dor que sentimos pelo mau funcionamento dos órgãos, por um corte, queimadura ou traumatismo. A ele devemos a nossa saúde. Trata do interior, mas cuida também da pele e de suas moléstias.

Divide com Oia-Iansã a regência dos cemitérios, pois é o orixá que vem como emissário de Oxalá (princípio ativo da morte), para buscar o espírito desencarnado. É ele que vai mostrar o caminho, servir de guia para aquele espírito. Obaluaiê também é o senhor da terra e das camadas do seu interior, para onde vamos todos nós. Daí sua ligação com os mortos, pois é ele quem vai cuidar do corpo sem vida. Também conhecido como Xapanã.

Obaluaiê está presente no nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição, ansiedade. Está presente quando sentimos coceira e comichões na pele. Rege também o suor, a transpiração e seus efeitos. Rege aquele que tem problemas mentais, perturbações nervosas e todos os doentes. Está presente nos hospitais, casas de saúde, ambulatórios, clínicas, sempre próximo aos leitos. Rege os mutilados, aleijados, enfermos. Ele proporciona a doença, mas principalmente a cura, a saúde. É o orixá da misericórdia.

Rege a má digestão, a congestão estomacal. Gera o ácido úrico e seus efeitos.

Filho de Nanã, que o abandonou por ser doente, foi criado por Iemanjá. Orixá fundamentalmente Jeje, mas louvado em todas as nações por sua importância. Conta-se que, abandonado por Nanã, foi cuidado por Iemanjá que o alimentava com pipoca sem sal acrescida de mel para melhorar o gosto, e passava azeite de dendê em suas feridas para aliviar a dor e coceira.



Atotô Ajuberô ! nos cure e nos dê a sua bênção !

Fonte: Fotolog RONVITALLE


Um comentário:

  1. Agô Babá, com todo respeito,
    mas devemos esclarecer que Omolu-Obaluaiê não " é o orixá que vem como emissário de Oxalá (princípio ativo da morte), para buscar o espírito desencarnado." Essa função é cabível a Ikú, o verdadeiro Orixá que personifica a morte.

    Apesar de ter sido associado a doença, Obaluaiê representa a vida, sendo isso claramente evidenciado durante a Cerimônia do Olubajé. Na qual Obaluaiê morre e renasce, exaltando a vida. Sendo por isso, que é considerado o Orixá da Saúde.
    Durante o processo da iniciação, ritos propiciatórios são direcionados a esse Orixá, visando assegurar a saúde física dos iniciados em reclusão.
    Também em vários momentos do próprio Olubajé, sua função de Orixá da Saúde é evidenciada.
    Na Bahia, é uma tradição os fieis tomarem "banho de deburu" as segunda-feiras, seja no adro da igreja de São Lázaro, ou no cruzeiro de qualquer igreja, para se pedir a saúde.

    Sua principal insígnia simbólica, chamada xaxará, evidencia seu comprometimento com a cura e a saúde.

    Sendo que o filá que oculta seu rosto, não é apenas para ocultar sua deformidade (gerada por ter contraído a doença daqueles que curava em suas peregrinação pelo mundo), mais também por causa do seu intenso brilho e magnitude, que o faz assemelhar-se ao próprio sol. Essa interioridade, oculta pelo filá de palha-da-costa, revela-se através de todo o significado cabível ao deburu, que sob o calor intenso abre-se em uma brancura imaculada.

    Outrora, podíamos ver algumas manifestações desse Orixá, apresentar-se tal qual um enfermo acometido por convulsões, com tremores gerado por intensa febre, com as mão crispadas tal qual os acometidos pela lepra ou uivando feito os alucinados.
    Havendo registros mais antigos, que narram seus iniciados em transe deitados em esteiras, apresentando total descontrole sob suas necessidades fisiológicas.

    Em antigos cânticos sacros perpetuados no Benin, evidencia-se sua forte ligação com Zomadônu, principal representante dos tohusso reais do antigo reino do Daomé. Dentre os quais, rememora-se o pronunciamento feito por Zomadônu através do oráculo Fá, exigindo do rei vigente o retorno do culto a Sakpatá. Cujos sacerdotes foram acorrentados, e vendidos como escravos ao Novo Mundo.

    Ora, se Sakpatá (em verdade o próprio Xapanã assimilado pelo Daomé) fosse de fato uma divindade perniciosa e nociva, jamais um tohusso real (intimamente implicado com a preservação da estabilidade social), se pronunciaria a seu favor.

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